Quando uma simples brincadeira se torna um crime?

Esses trotes nos últimos tempos principalmente agora no começo do ano estão acontecendo mais vezes, mas com brincadeiras estúpidas e maldosas, o caso mais falado ultimamente é do jovem que foi obrigado a ingerir álcool combustível em um trote no interior de São Paulo.
Os anos passam e a tradição do trote persiste em todo início de calendário acadêmico. E a discussão sobre sua violência também continua. Não é preciso ir longe para perceber que a humilhação imposta aos calouros durante os trotes se torna cada vez mais comum. E os novatos aceitam as "brincadeiras" dos veteranos sem contestar.
Segundo a psicóloga social da PUC-PR Neuzi Barbarini, o medo de ser excluído do grupo é o que impulsiona o calouro a aceitar todas as situações do trote. É aí que reside a confusão. “O trote é visto erradamente como um rito de passagem para a universidade, quando, na verdade, é a passagem para outra posição social”, diz. Segundo ela, este é um ritual para que o calouro passe de humilhado à posição de “humilhador”, pois no próximo ano é ele quem será superior.
Outro ponto importante é o processo de integração. Não é comum que grupos já formados humilhem pessoas recém chegadas. “O comum é que ocorra o acolhimento, a vontade de saber quem é, o interesse na pessoa nova, e não um tratamento hierárquico”. Para Barbarini, esse processo se inicia na pessoa que tem o interesse de entrar no grupo. “Não é necessário que haja a humilhação para que o calouro entre, mas sim, uma demonstração inicial de que se quer participar de um grupo já formado”, completa.
Quanto aos veteranos, a conversa muda. Alguns deles dizem que tudo não passa de uma brincadeira inocente e comum a todas as universidades. Segundo a psicóloga, não é bem isso o que está implícito em seus atos durante o trote. “Os veteranos precisam afirmar uma posição social superior”, afirma. Muitos acreditam que a vingança também é um dos principais pontos que motivam o trote. Porém, de acordo com Barbarini, não há lógica nisso, uma vez que não há como você aplicar a vingança em uma pessoa que nada lhe fez. “Se o veterano quer se vingar, ele terá que fazer isso com quem o humilhou e não com um calouro qualquer”.
Já segundo o Coordenador Social do CAL (Centro Acadêmico de Letras) da UFPR, Júlio Cezar Marques, os calouros gostam do trote. “Todos os calouros que participaram curtiram muito o trote. Até de pedir dinheiro no sinaleiro eles gostaram”. Há também o chamado “trote solidário”, em que calouros devem doar sangue, visitar creches, ajudar em reformas de centros acadêmicos, o que, segundo Marques, agrada aos recém chegados. Para ele, quando os calouros não participam do trote, eles tendem a se isolar. “Isso acontece porque esse é o momento de integração entre calouros e veteranos e, se o calouro não participa, acaba ficando num canto sozinho depois”, finaliza.
Para a psicóloga Neuzi Barbarini, a solução para o trote seria a chamada produção de subjetividade. Deixar clara a idéia de que o calouro se submete à situação de um animal e que age como um subalterno seria um começo. “Se o calouro soubesse o que está por trás do trote, talvez ele se recusasse a participar”. Uma segunda opção seria recepcionar os calouros com uma festa, pois é um momento importante na vida deles e que, portanto, deve ser festejado. “O que não pode haver é a humilhação e a animalização de uma pessoa que acaba de chegar ao grupo”, ressalta.
Quando uma simples brincadeira se torna um crime?
A resposta é clara, está prevista no Código Penal brasileiro. Uma brincadeira pode chegar até o ponto em que não haja agressões, porque agressão é crime. E crime só se pune com uma força, a policial.
Infelizmente há muitos trotes que são realizados por mentes doentias, que vão além do normal. Não estou aqui para condenar o trote, pois existe sim o trote saudável, e é fundamental para o entrosamento dos estudantes. A mídia é quem expõe apenas o lado ruím do trote, analisando de forma fria, revendo apenas a repercussão das notícias focadas em desgraças.
Eu participei do trote em minha faculdade, e digo com clareza que não fui humilhado, que eu repetiria se fosse o caso, o trote saudável é importante, é um momento de festejar uma nova etapa em nossas vidas, e por isso eu aprovo sim, viva o trote saudável!!!
6 Comentários:
Não sei o que as pessoas estão esperando para tentar fazer alggo para acabar com essas brincadeiras de mal gosto que acaba levando muitos adolencentes a se machucarem e acabam ficando em coma.
Uma vergonha! Ah sim, meu blogue já ta no ar ^^mi
concordo que quando é uma brincadeira saudavel o trote chega a ser divertido,mas o problema é fazer alguns entenderem que pra tudo tem limites
Saudações!
Que Post Fantástico!
Amigo IVAN, gostei muito da matéria e fico com a análise balizada da Dra. Neuzi Barbarini, porque penso ser racional e vai ao encontro da sensatez que todo o calouro/estudante deveria conhecer ao se apresentar na faculdade.
Parabéns pelo excelente POST!
Abraços,
LISON.
Seu post está fantástico, e te apoio totalmente, VIVA O TROTE SAUDÁVEL !!
Olá ! Bem, otima materia, muito boa mesmo. Vai sevir bem para base da minha redação... :D Obrigada!
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