Agitação exagerada ou Hiperatividade?

Desde o início da década de 60, a Hiperatividade ou Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) tem recebido atenção crescente, especialmente partindo dos profissionais da área da saúde e dos educadores. A hiperatividade, denominada pela medicina de desordem do déficit de atenção, pode afetar crianças, adolescentes e até mesmo adultos. Muitos dos sintomas do TDAH são comuns a todos nós e por isso é tão necessária a definição dessa síndrome com clareza, e a melhor maneira de compreendê-la consiste em ver como ela afeta a vida das pessoas.
Algumas pessoas que costumamos considerar desorganizadas, agitadas ou criativas, porém, imprevisíveis, poderiam realizar mais se simplesmente pudessem manter organizados seus pensamentos e suas ações. O TDAH pode interferir na vida pessoal, acadêmica ou no desempenho profissional.

Na infância, quando as transações sociais ocorrem com maior rapidez e quem transgride as normas é tratado rigorosamente, um deslize na percepção social em razão da distrabilidade ou da impulsividade, típicos sintomas do TDAH, podem impossibilitar a aceitação por um grupo ou a compreensão de um amigo.

Assim, ansiedade, inquietação, euforia e distração freqüentes podem significar mais do que uma fase na vida de uma pessoa. Os exageros de conduta diferenciam quem vive um momento atípico daqueles que sofrem de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), doença precoce e crônica que provoca falhas nas funções do cérebro responsáveis pela atenção e memória.
De origem genética, o TDAH tem como fatores predominantes e não necessariamente simultâneos, a desatenção, a impulsividade e a hiperatividade, além de influências externas relevantes, como traumas inclusive cerebrais, infecções, desnutrição ou dependência química dos pais.

As características do TDAH aparecem bem cedo, logo na infância, para a maioria das pessoas e o diagnóstico é um processo de múltiplas facetas. Diversos problemas biológicos e psicológicos podem contribuir para a manifestação de sintomas similares apresentados por pessoas com TDAH. Para exemplificar: a falta de atenção é uma das características do processo de depressão. Impulsividade é uma descrição típica de delinqüência.
Por essas razões, o diagnóstico de TDAH pede uma avaliação ampla. Não se pode deixar de considerar e avaliar outras causas para o problema, assim, a avaliação do TDAH inclui, freqüentemente, um levantamento do funcionamento intelectual, acadêmico, social e emocional. O processo de diagnóstico deve incluir dados recolhidos com professores e outros adultos que de alguma maneira interagem de maneira rotineira com a pessoa que está sendo avaliada.

No diagnóstico de adultos com TDAH, mais importante ainda é conseguir o histórico cuidadoso da infância, do desempenho acadêmico, dos problemas comportamentais e profissionais. O transtorno é permanente durante a vida da pessoa, por isso os métodos e questionários relacionados com o diagnóstico de um adulto com TDAH precisam ser cada vez mais acessíveis a todos.

A escola é o local onde a alteração do comportamento do indivíduo se apresenta de modo mais visível. As crianças hiperativas têm dificuldade em prestar atenção e aprender, e como são incapazes de filtrar estímulos, são facilmente distraídas. Essas crianças podem falar muito, alto demais e em momentos inoportunos.
As crianças hiperativas estão sempre em movimento, sempre fazendo algo e são incapazes de ficar quietas. Não param para olhar ou ouvir e devido à sua energia, curiosidade e necessidade de explorar, são propensas a se machucar, quebrando e danificando coisas. Embora a criança hiperativa tenha muitas vezes uma inteligência normal, esta é caracterizada por problemas de aprendizado e comportamento. Os professores e pais da criança hiperativa precisam saber lidar com a falta de atenção, impulsividade, instabilidade emocional e descontrole da criança.

As crianças hiperativas toleram pouco as frustrações, discutem com os pais, professores, adultos e amigos, além de fazer “birras”. Seu humor mudar rapidamente. É importante para os pais e professores se certificarem que as crianças hiperativas entendam as regras e instruções. Além disso, o problema é que elas têm dificuldade em obedecê-las.
Esses comportamentos são acidentais e não propositais. Elas sabem que determinados comportamentos não são aceitáveis, mas apesar do desejo de agradar, de ser educada e contida, a criança hiperativa não consegue se controlar. Ela sabe que é inteligente, mas não consegue desacelerar o sistema nervoso a ponto de utilizar o potencial mental necessário para concluir uma tarefa e muitas vezes se sente isolada e afastada dos colegas, sem entender por que é tão diferente. Sem conseguir concluir as tarefas normais de uma criança na escola, no playground ou em casa, ela pode sofrer de estresse, tristeza e baixa auto-estima.
Com todas essas características é importante que um especialista em comportamento infantil ajude a distinguir entre uma criança normalmente ativa e enérgica e a criança realmente hiperativa. Para garantir que a criança realmente hiperativa seja tratada adequadamente, evitando o tratamento inadequado de uma criança normalmente ativa, é importante que se tenha um diagnóstico preciso.

O diagnóstico da hiperatividade nem sempre é fácil de ser realizado pela dificuldade na interpretação das situações. A avaliação depende do grau de tolerância das pessoas que convivem com a criança, do momento e da situação em que a criança esta sendo avaliada, pois a hiperatividade não se manifesta de forma constante e regular em todas as situações e instantes.
Muitos pais costumam ignorar o problema, o qual também às vezes passa despercebido pelos professores, que acreditam ser a criança apenas agitada ou preguiçosa. Anos atrás encontrávamos crianças hiperativas encaminhadas para uma escola especial apenas pela falta de um diagnostico adequado.

Assim, para que todos tenham uma vida tranqüila e feliz, o mais importante é sempre contar com a ajuda de um profissional capacitado que possa entender e auxiliar os pais nas diferentes formas de lidar com essa doença.

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