O Caipira em Nova Iorque


O Caipira nunca havia viajado na vida. Ele não sabia o que era escada rolante, não sabia o que era avião, não sabia o que era nada. Ele só sabia que tinha um radinho de pilha na roça onde escutava as notícias do avanço technológico pelo mundo afora. De tanto ouvir o radinho, ele resolveu conhecer Nova Iorque. Estava no primeiro andar do Empire States Building quando viu a porta de um elevador pela primeira vez na vida. Seu filho, de 10 anos, estava tão despreparado quanto o pai.
-- Pai, o que é isso?, perguntou o menino.

-- Sei não, filho. Vamos ficar olhando por aqui e observar pra ver o que esse troço faz.

E ficaram espiando. Foi quando uma velhinha, velha velha, de cadeira de rodas e com um cachorro fedorento entrou no elevador.
O caipira e o filho viram quando ela apertou um botão e a porta do elevador se fechou na frente deles. Com espanto, eles observaram que os números iam piscando... 1, 2, 3, 4, 5, cada vez mais depressa, 6, 7, 8, 12, 20, 32, 55, 129. E depois parou por alguns segundos. De repente a luzinha começou de novo, de tras pra frente... 129, 128, 127, e foi ficando mais rápido até chegar ao número 1. A porta do elevador se abre e, para espanto do caipira e de seu filho, no lugar da velhinha aparece uma jovem loura, linda e cheia de saúde, que sai do elevador rapidamente em seus patins e com um puddle no colo.
O caipira nem consegue acreditar.
"Que maravilha de technologia!", ele pensa.

E sem hesitação, ele olha para seu filho e diz:

-- Menino, vai buscar sua mãe agora mesmo sô!

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